quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Para o ano novo: amor

Não. Definitivamente. Este não é um post pessimista. Tampouco quer jogar um balde de água fria nas comemorações de virada.

Pelo contrário, propõe um reflexão para o ano novo. 2014 já passou e não adianta lamúrias. Mas e agora José, o que dá para fazer em 2015.

Quem sabe parar de fumar? Emagrecer? Comprar um carro? Uma casa? Viajar pelo mundo? Trabalhar menos? Casar?

Sonhos muito grandes. Talvez. Isso depende se você tem bala na agulha. Mas se o revólver não estiver municiado, que tal coisas tão grandiosas mas que não custam nada?

O que mais ouvimos nesse período é o desejo de um mundo melhor. Comece lendo mais. Leia de tudo. 

Informe-se sobre política, artes, economia. Sobre seus prejuízos trabalhistas? Eles chegaram. Você sabia?

Se esse não for o caso, quem sabe acariciar as cordas de um violão não é seu fetiche? Ou bolinar a teclas de um piano. Uma volúpia musical irresistível, hein?!

Não se sentiu seduzido? Pegue uma câmera, a mais simples, do celular. Capture com seu olhar as imagens mais belas ao ser redor. Vai ter poucas curtidas. E daí? 

Mas se nada disso não lhe agrada, dê um abraço em que você ama de verdade. Pode ser mãe, pai, irmão, sobrinho, cachorro e, quem sabe, no namorado.

Neste 1º de janeiro, a Confraternização Universal entre os Povos pode até ser datada. Mas o que vale mesmo é o amor, seja de qual tipo for. Então, para o ano novo, ame. Simplesmente.      

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Cangurus representam fatia considerável da população

Não tem mais o que inventar. Depois das gerações Baby Boomer, X, Y e Z especialistas copiam moda e criam uma nova modalidade de classificação. É a hora e a vez da chamada geração "Canguru".

Como o próprio nome sugere, cangurus são aqueles que não querem sair da bolsa dos pais. Têm entre 25 e 34 anos de idade, e morar com a família proporciona pulos mais altos na educação.

Segundo pesquisa do Ibge divulgada nesta quarta-feira (17), nos últimos dez anos, os cangurus proliferam. Passaram de 21,2% para 24,6% entre jovens de 25 e 34 anos.

O Instituto não explica o motivo para esse aumento, mas aponta algumas vantagens de morar na bolsa dos pais. 

A taxa de ocupação do grupo é alta, 90,7% estão no mercado de trabalho. Eles também lideram o ranking entre as pessoas com maior tempo de escolaridade. Em média, estudam 10,9 anos.

A região Sudeste é a que possui maior número de cangurus na faixa. Ao todo são 26,8%.

Esse número tende a crescer na famílias com maior poder aquisitivo. O Ibge não lista todas as capitais, mas cita Fortaleza como exemplo.

Por lá, famílias com rendimento superior a dois salários mínimos per capta chegam a ter 21,9% de cangurus.

A bolsa se esvazia quando quando a renda familiar cai para meio salário mínimo. Nesse caso, os cangurus de Fortaleza não passam de 9,4%.

Não há nenhum dado sobre a região das Vertentes. Mas por aqui a tendência é que o número de cangurus também seja alto. Fatores culturais, como só sair de casa depois do casório, e os baixos salários seguram os jovens por mais tempo na casa, ou melhor, na bolsa dos pais. 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Brasil, o país dos contrastes

O Ibge divulgou nesta quarta (17) o estudo Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2014. 

Apesar dos avanços no tempo de escolaridade da população mais pobre, o Brasil amarga ainda grandes contrastes sociais.

O intervalo analisado é entre 2004 e 2013. Segundo a pesquisa, pessoas com baixa renda e com mais de 25 anos de idade aumentaram o tempo de escolaridade. Passaram 3,7 para 5,4 anos.  

Nas universidades, também cresceu o número de estudantes com menor rendimento. Em 2004, eles representavam 1,4% dos alunos matriculados. Em 2013, esse número subiu para 7,2%. 

A porcentagem de estudantes entre 25 e 34 anos também aumentou. Passou de 8,1% para 15,2%. Mas o índice é o menor dos 34 países que fazem parte da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico.  

Outro dado negativo apontado pelo SIS é a desigualdade de gênero no mercado de trabalho. "Entre as mulheres ocupadas de 16 anos ou mais, 88% realizavam afazeres domésticos, enquanto, entre os homens, este percentual era de 46%", contabiliza a pesquisa.

Ao considerar o trabalho doméstico, o estudo revela ainda que as mulheres trabalham 56,4 horas por semana. A carga dos homens é de cerca de 50 horas. 

O SIS indica também que "mulheres, pretos e pardos, jovens e idosos" lideram a lista de trabalhadores na informalidade. Em 2013, 45% dos jovens entre 16 e 24 eram informais. Entre os idosos, o número chega a 69%. Pessoas de 16 anos ou mais de cor preta ou parda representam 48,7%. Entre os brancos, o número cai para 34,7%.

Esses índices refletem na contribuição da previdência social. Segundo o SIS, 33,6 milhões de brasileiros não têm carteira assinada. Pouco mais da metade dessa força de trabalho paga o INSS. 

A concentração de renda é outro gargalo no país. "Em 2013, as pessoas com os 10% menores rendimentos concentravam 1,2% da renda total, enquanto a parcela com maiores rendimentos ficou com 41,7%", afirma o SIS.  

A pequisa diagnostica ainda que "esses movimentos não foram suficientes para alterar substancialmente o quadro de desigualdades na distribuição de rendimentos".     

Fofinhos e trabalhosos

Animais de estimação são vendidos em pet shops, em canis especializados ou por criadores individuais. 

Apesar do excesso de fofura de algumas raças, elas não vêm com manual de instrução que prevê como operar seu bichinho. 

Ser tutor de qualquer animal requer amor, carinho, paciência, tempo e dinheiro. 

Os pets viram nossos filhos e o zelo deve ser constante. A escolha da raça é fundamental para quem quer presentear no Natal.

Quero compartilhar minha experiência como tutor de Capitu (foto). Uma Shi tzu de nove meses. Pesquisei alguma coisa antes de escolher a raça. 

Mas, confesso, fui impulsionado pela fofura da pelagem e por aqueles olhinhos de piedade com que me encarava.

Não me arrependo em momento algum. No entanto, é preciso escolher a raça com consciência sobre cuidados e gastos que terá. 

Apenas as três vacinas contra cinomose, doença que atinge o sistema nervoso e pode levar a morte, não saem por menos de R$150. A importada é mais indicada pela acomodação adequada.    

O Shi tzu, de uma maneira geral, é um animal muito carinhoso, leal e sociável. Escolhe um dono da casa e o segue para cima e para baixo. Por isso, é preciso tempo e disposição para brincar e passear diariamente. Costumam estranhar desconhecidos e não são muito pacíficos com gatos.  

A pelagem do Shi tzu é lisa e longa, com presença de subpelo. A escovação diária é importantíssima, caso contrário, o cabelo embola e é impossível desembaraçar. Só tesoura mesmo. Para penteá-los é preciso uma rasqueadeira.

No verão, uma tosa é indicada, já que os animaizinhos sentem muito calor. Existem muitos looks para a estação. O mais comum é comum é o bebê. Mas se escolher deixar seu Shi tzu peludão, é importante fazer o corte higiênico (no meio das patinhas, barriguinhas e partes íntimas).  

A raça também apresenta dentes irregulares. Pode aparecer dentição dupla, que acumula comida e causa tártaro. Em casos extremos, deve-se extrair os dentinhos após o primeiro ano. 

Até lá, a escovação diária é obrigatória. Existem no mercado pastas de dente em forma de gel, com sabores variados, que o animal pode engolir.

As unhas também devem ser cortadas periodicamente. Mas apenas o veterinário deve fazê-lo. Há uma artéria que vai até um certo ponto da unha, por isso é preciso saber o local correto do corte para evitar hemorragia.

Já os olhos do Shi tzu devem ter cuidado redobrado. Limpar diariamente com algodão e água é o mais correto. O uso do soro fisiológico pode acentuar a oxidação dos pelos. Aquelas manchas escuras causadas por lágrimas. 

É preciso muita atenção ao soltar o animalzinho no campo, por acidente, um espinho pode perfurar o olho, mais exposto que de outras raças.   

Os banhos são semanais. Não gosto de mandar Capitu para o pet. Em casa, tenho condicionadores e shampoos de uso veterinário. 

Para que o Shi tzu não desenvolva uma dermatite, é essencial secá-lo muito bem. Isso só com secador. Os ouvidos também não podem entrar água. Cada banho  e secagem demora cerca de duas horas.

A raça é muito higiênica, mas nos primeiros meses de vida não conseguem "demarcar" um território como banheiro. A casa toda pode ser o banheiro deles. O ideal é que se compre tapetinhos higiênicos e uma solução a base de ureia, que estimula o animal a fazer suas necessidade no local correto.

Outro problema que a raça pode apresentar é a coprofagia. Ou seja, eles comem as próprias fezes. Trata-se de uma doença genética. Mas com educação correta há cura. 

Um modo de melhorar o quadro é não recolher as fezes na frente do animal. Eles podem entender que o que fizeram foi errado e voltam a comer o cocô com medo de serem punidos. São bastante individualistas nesse ponto. Como nós, não gostam de ser vistos fazendo suas necessidades. 

É claro que há muito mais coisas. Mas, se depois disso tudo você ainda está disposto a presentear alguém com um Shi tzu neste Natal, verá que as tarefas diárias se tornam prazerosas e que o retorno vem em forma de amor e lealdade incondicionais.              

Mãe Dinah psicografa apocalipse brasileiro

O artigo 6º da da Constituição Federal garante como direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados.

Os Direitos Humanos reiteram. Em seu artigo XXV, declara que "toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle".

Desde que assumiu o governo federal em 2003, o PT estabeleceu formas de diminuir as desigualdades sociais e assegurar uma melhoria de vida para grande parte dos brasileiros. Muitos deles vivendo abaixo da linha da pobreza.

No seu pronunciamento de posse, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o programa Fome Zero. As críticas vieram aos borbotões. Muitos não viam clareza nos objetivos e outros eram contrários a doação de dinheiro. No final das contas, o programa parece ter sido esquecido.

Depois do Fome Zero, foi lançado o Programa de Aceleração do Crescimento (Pac) em janeiro de 2007. O Pac 2 veio veio em março de 2010. Ambos previam investimentos e fiscalização de investimentos públicos em áreas estratégicas como infraestrutura, saneamento, habitação, transporte energia e recursos hídricos.

Já no governo Dilma Rousseff, vieram as bolsas, nas mais diversas modalidades. Copa do Mundo, Permanência, Olímpica, Família, Escola, Alimentação, Trabalho, Cidadão. Algumas tentativas não deram certo, mas chegaram a ser discutidas como bolsa celular, geladeira e estupro.

Por mais bem intencionados que sejam esses programas de transferência de renda, eles tendem a não funcionar. O motivo é simples. A ineficácia da implementação de políticas públicas por parte dos três entes governamentais. 

Não adianta aumentar o ganho dos brasileiros e constituir uma nova classe média que não tenha acesso gratuito e qualitativo a serviços de saúde, de educação, de alimentação, de moradia e por aí vai.

Para se ter serviços dignos, é preciso pagar por eles. Não por acaso o noticiário nacional mostra com frequência o caos que enfrentam moradores de grandes cidades quando precisam de usar o SUS. Nos casos em que não há como esperar, há que colocar a mão no bolso e gastar os parcos rendimentos da família.  

Com início do próximo ano e o possível aumento de salário, o custo de vida vai subir mais. Chegaremos a um momento em que o regime será restrito a pão e água. Nosso remédio, apenas uma dipirona e nossas escolas, meros pontos de encontros de jovens sem perspectivas. 

Não se trata de ser apocalíptico. Basta ver o que gastamos com uma ida à padaria, com uma noite de lazer ou com uma compra de supermercado. Do jeito que as coisas andam, o prenúncio de uma crise social é mais que evidente. 

Nem é preciso psicografar uma carta da já falecida Mãe Dinah para saber o que nos reserva o futuro.  

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Apertem o cinto, passagens ficam mais caras

Viajar vai ficar mais caro a partir da 0h desta quarta-feira. 

A Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop) autorizou o aumento de 9,31%  nas passagens de ônibus intermunicipais.

Sair de São Tiago com destino a São João del-Rei vai ser uma facada no bolso. 

O preço médio praticado hoje é de R$13,70. Com o reajuste, o valor pode chegar a R$15. 

Considerando ida e volta, uma visita à cidade polo das Vertentes não vai sair por menos de R$30. 

Para aqueles que embarcam na rodoviária, o valor vai ser maior, já que existe a taxa de embarque. 

Segundo a Setop, o aumento considera a alta dos combustíveis, aquisição de peças de reposição, depreciação da frota, taxas e impostos. 


Ouvidos e penicos

Na intimidade do lar, você toma um livro para ler, cai num cochilo gostoso ou simplesmente liga a TV. Pronto. Vêm aqueles carros de som vendendo de tudo. 

A atividade dentro de casa é interrompida por promoções mirabolantes e musiquinhas conhecidas como vermes de ouvido. Grudam um tempão dentro da cabeça.

Nas épocas festivas isso tende a piorar. Os jingles natalinos expandem seus decibéis em carros equipados para azucrinar. Fenômeno popular conhecido como transformação do ouvido em penico. 

Obviamente, a propaganda é uma atividade legal, regulamentada e honesta. Mas existem normas para a publicidade volante. Uma delas é o respeito aos consumidores e ao ambiente.

O artigo 36 do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária prevê que "a publicidade deverá refletir as preocupações de toda a humanidade com os problemas relacionados com a qualidade de vida e a proteção do meio ambiente; assim, serão vigorosamente combatidos os anúncios que, direta ou indiretamente, estimulem", dentre outros, "a poluição sonora".

Pela Lei Orgânica de São Tiago, em seu capítulo II, artigo 7º, é competência privativa da Administração, segundo o inciso XXVII, "regulamentar, licenciar, permitir, autorizar e fiscalizar a afixação de cartazes e anúncios, bem como a utilização de quaisquer outros meios de publicidade e propaganda".

O código de posturas do município estabelece ainda que o limite de som não passará de 90 decibéis. Se é competência privativa da administração fiscalizar a publicidade e propaganda, a tarefa inicial seria contratar um fiscal para aferir o som por um decibelímetro. 

Enquanto isso não acontece, pedimos aos "publicitários" que pelo menos inovem nos jingles. Afinal de contas, ninguém merece mais aquela música da Simone na cabeça.       

Ilariê, ilariê, xô, xô

Quem nasceu na década de 1980 provavelmente sonhou com o dia em que pegaria carona na nave rosa da Rainha dos Baixinhos. 

Informações não oficiais dão conta de que o sonho acabou. Sem renovar o contrato de Xuxa, Rede Globo cortou a cabeça da rainha de uma só vez. 

Mas com os milhões e as polêmicas acumuladas ao longo de 30 anos, a paquita mãe não precisa se preocupar com o desemprego. 

Alguns especulam que ela já estaria de malas prontas para São Paulo. Lá, se juntaria à turma do bispo, na quase bem-sucedida Rede Record.

Apesar das assessorias de Xuxa e da Globo não confirmarem a quebra de contrato, uma coisa é fato. A loira, há muito, faz parte da lista dos ídolos decaídos. 

Toda a fúria com que os fãs esbravejavam "Xuxa eu te amo" até o início da da década de 1990 perdeu sua força. O que foi sentido na audiência da "rainha". 

Desde que abandonou o Xou da Xuxa e Planeta Xuxa, a vedete dos baixinhos nunca mais conseguiu emplacar um televisivo de "xuxexxo".

Estratégia de gênio

Apesar da decadência da apresentadora, vídeo que circula pela redes sociais leva internautas ao deleite. Depois de décadas, o Coyote derrota o insuportável Papa-léguas.

Os projetos mirabolantes do caçador finalmente deram certo. Não se sabe se esta é uma versão oficial. Mas ela quebra o modelo clássico das narrativas. O mocinho que se dá sempre bem é bombardeado pelo vilão, que vira o herói do cartoon.

Aliás, depois de todos esses anos, Coyote deixou de ser um vilão para se tornar uma vítima de seus planos geniais. Ele pode ser classificado como aquilo que se chama anti-herói. 

O predador precisa se alimentar, mas no imaginário coletivo criado pelos produtores do desenho isso não é correto. Daí seu estereótipo de vilão. Uma coisa é fato, pelo menos no vídeo abaixo estamos livres daquele insuportável "bibi". 

Ainda bem que a TV muda. A monotonia dos personagens eternos tem feito com que o público migre para outras mídias, especialmente para a internet.

Foi só eu, ou alguém mais percebeu que os cabelos de Bonner estão mais brancos? Diz a lenda que isso é preocupação...



         

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Contém glúten. E daí?

As dietas estão cada vez mais restritivas. O alarde vem de todos os lados e insistem para que fechemos a boca. 

Não se pode comer pães e massas por conta do glúten. Refrigerante, proibido. Em uma latinha, são 36 gramas de açúcar. 

Aquele torresminho, nem pensar. Aumenta o colesterol, que acumula gordura nas veias, que causa infarto e que leva o sujeito para a cova.

É claro que o objetivo de todos é ter uma vida saudável. É preciso ponderar o tamanho do prato. Não por acaso a gula é considerada um dos sete pecados capitais.

E daí? Creio que Jesus Cristinho não vá me punir por conta de uns miligramas de açúcar, uns mililitros de lactose a mais. Não arriscaria dizer que gerações anteriores à minha comeram de tudo e viveram muito. 

Apesar da falta conhecimento científico sobre o assunto, tenho algumas suspeitas. Parece que há uma indústria, várias delas, que disseminam riscos que entram pela boca. Há muito exagero nesse padrão que nos obriga a frequentar academias, tomar whey protein e nos enfiar em roupas infanto-juvenis.

Também há exagero na filosofia macrobiótica. Que coisa mais chata um prato de cereais, legumes e frutas. Falta uma pitada de sal, um tiquinho de óleo. 

Há algum tempo, sugeriram que a dieta do futuro seria se alimentar de luz. Ainda bem que esse futuro não chegou. Não tenho vocação para fotossíntese e acho que verde clorofila não combina comigo.

Enquanto isso, procuro usar o bom senso. Não me escravizo aos ditames dessa indústria que quer me enfiar goela abaixo aquilo que chama de saudável. Também não vou jogar um quilo de sal nas minhas fritas, nem comer todos os dias o isopor McDonald's.

Como diziam os mais velhos, "o que não mata engorda". Para esses falaciosos da vida saudável, o melhor cardápio é um bom prato de angu e feijão.  

Professores são desvalorizados pelo Estado

Edital aberto pela Secretaria de Educação de Minas Gerais disponibiliza 17 mil vagas em concurso público. 

Há cargos para Conservatórios de Música, Ensino Especial, Ensino Religiosos e Ensino Regular (Fundamental e Médio).

O concurso coloca mais uma vez a educação na pauta do dia. Só que com valência negativa. 

Isso porque, na avaliação da Secretaria, o professor aprovado não deve receber mais do que R$1.455,30 para uma jornada de trabalho de 24 horas semanais. 

Jornada que não é real. Além de reuniões esporádicas e módulos (período em que o professor fica na escola para preparar atividades didáticas) ainda é preciso elaborar, corrigir exercícios e provas, planejar aulas, preencher diários. Uma centopeia que acumula várias missões. 

A desvalorização, no entanto, não fica nisso. As formações universitárias estão muito precárias. Cursos à distância ou faculdades de qualquer esquina não preparam profissionais devidamente. 

É claro, há um esforço pessoal e um investimento do indivíduo que não podem ser negados, mas muitos cursos de licenciatura não fornecem a base para quem realmente quer exercer o magistério.

Magistério que há muito vem perdendo sua função. Na sala de aula, professores são reféns do quadro, do giz, do livro e do blá-blá-blá. O mundo se modernizou, mas os investimentos não contemplaram as novas tecnologias.

Celulares tomam a atenção dos alunos e, aos professores, não resta a atitude autoritária de tomar o aparelho. Se bem usado, os telefones móveis, com todos seus recursos, podem ser uma ferramenta valiosa do processo ensino/aprendizagem.

Inclusive o professor Google pode desempenhar papel relevante nas pesquisas. O buscador leva os estudantes a locais que, talvez, jamais poderiam visitar pessoalmente.

Isso tudo depende de estímulo na formação do professor. Algo que está longe de acontecer. E, com um salário irrisório, ao educador é impossível investir em cursos de aprimoramento. 

Enquanto o governo não entender que é função precípua estabelecer metas para o desenvolvimento da educação em consonância com os novos tempos, veremos matérias negativas referentes aos diversos âmbitos educacionais.

Aos que se interessam pelo concurso, clique aqui.  

Rainha má habita redes sociais

Na imagem ao lado, a rainha má se enfurece com o espelho. Ele não tem o menor pudor em afirmar que Branca de Neve é a mais bela do reino. 

Do ponto de vista da psicanálise freudiana, o duplo especular possui uma existência independente do meu "eu".

Ainda nas palavras de Freud, esse duplo pode estabelecer relações tensas ou harmoniosas com sua gênese.

Caso o "eu" veja afinidades positivas com seu duplo, a relação será de reconhecimento positivo, de identificação associativa.

Mas, se o "eu" originário julgar que não haja correspondência com o duplo e que um se difere do outro, a tendência será negativa.

Apesar da relevância dos estudos freudianos, a relação do "eu" com seu duplo virtual é menos dualista. Esse contraste ocorre na medida em que nos tornamos atores que representam uma teatralização da própria existência.

O sociólogo canadense Erving Goffman emprega a metáfora das máscaras sociais para se referir aos processos interacionais estabelecidos entre os indivíduos. Para cada palco de atuação, escolhemos uma máscara mais adequada. Aquela que falseia nosso "eu" íntimo e permite a aceitação pelo grupo. 

Não é difícil entender porque as redes sociais estão cheias de fotografias e textos de felicidade, de ações bem-sucedidas. A família feliz, o namorado novo, a celebração com os amigos. Sim, são momentos que podem possuir seu fundo de verdade. Mas também são teatralizações do cotidiano. 

Ao lado do espelho que reflete a melhor imagem, há sempre um voz a dizer: "Vós, minha rainha, sois a mais bela por aqui, mas Branca de Neve é mil vezes mais bonita!" 

Daí, segue a frustração de cada um, que não imobiliza, mas acentua a disputa de egos. Fazem-se outras fotos, escrevem-se outros textos, postam-se outras conquistas. Tudo numa mistura ininterrupta de jogo e espetáculo.  

As máscaras confirmam a carnavalização da cultura virtual. A inversão dos papéis, tipica dos entrudos, segundo Bakhtin, não termina na terça-feira gorda. Mas se renova na instantaneidade de cada post.

Por falar em instantaneidade, qual máscara você pretende usar hoje?      

   

domingo, 14 de dezembro de 2014

A lápide fria da depressão

O ritual se repete quatro vezes por dia. Logo pela manhã, uma cápsula de antidepressivo. Após o almoço, um comprimido de estabilizador de humor. Ao anoitecer mais um antidepressivo, turbinado. Para dormir, comprimidos de ansiolítico.  

É claro, não poderia esquecer dos inúmeros cigarros queimados ao longo do dia. O álcool também participa do receituário. Mas a cada gole, uma animal parece perfurar as vísceras, a alma. Os estágios de embriaguez aumentam e vem o alívio momentâneo. Depois é ressaca moral e cama. Isolamento social.

Nada disso contribui para a evolução positiva do depressivo. Apesar da insistência do médico nas consultas mensais, tudo parece igual. Tristeza, desmotivação, angústia. Falta vontade para viver e, pasmem, para morrer. 

A esperança que alimenta a alma está subnutrida. Ela é dilacerada pelo desânimo e pela incredulidade. Amores que não acontecem, investidas profissionais que não dão certo, conflitos familiares e com amigos. 

A terapia parece trazer um sopro de vida. Mas, definitivamente, é difícil adaptar-se a ela e os resultados, dizem, são muito demorados. Submeti-me à psicanálise por dois anos e tinha a impressão de que beirava à loucura. Talvez um estágio do processo, mas muito pesado para levar adiante.

Para os psiquiatras, as coisas parecem mais simples. Claro que não descartam os fatores ambientais intervenientes. Mas tratam os pacientes quimicamente, neurotransmissores desregulados nas interações sinápticas dos neurônios.

Não creio que que seja tão simples assim. Prova disso é que já passei por inúmeras interações medicamentosas e nada parece resolver. "Parece cocaína, mas é só tristeza". E não é a minha cidade, sou eu mesmo.

Li recentemente que existem sujeitos com a personalidade depressiva por natureza. Aceitar essa condição seria um bom princípio de entendimento do ego.

Ego que Freud diz ser obliterado pela sociedade. Enquanto o ego representa nossos desejos mais profundos, o superego (a sociedade) castra nosso impulsos íntimos. Gera-se o "mal-estar da civilização".

Solitários do ciberespaço, nosso nível de relacionamento face a face está diminuindo progressivamente. Há sempre que esperar alguém a chamar na janela do chat. Mas que não seja demorada a conversa, pois logo perco a paciência. 

O túmulo, com sua lápide fria e com um epitáfio simbólico não é o caminho. Apesar da certeza de que todos vamos habitar este lugar horroroso. 

Em compensação, a promessa de uma vida eterna plena de paz e harmonia é sedutora. Será que realmente existe esse paraíso? Ao tomar as doutrinas mais ortodoxas, creio, estou longe desse lugar prometido.  

Só e necessário entender que o estado de alma não possui um botão de liga e desliga. Ele é permanente. A tristeza é bem vinda para refletirmos sobre nossos atos. Mas a tristeza full time é aterrorizante.

Aterrorizantes também são as frases tipo: "isso é coisa da sua cabeça", "sai dessa", "depressão é coisa de rico", "vá trabalhar". Não é tão simples assim.

Precisamos tirar força do útero, mesmo os homens, pois é de lá que vem a vida. De lá vem o alimento que não nos permite dizer não ao corpo terreno. 

Enquanto tudo permanece da mesma forma, vamos criando ilusões, quem sabe o príncipe encantado não bate à nossa porta ou nos chama naquelas silenciosas janelas de bate-papo das redes sociais. 

Só assim, com essas falsas ilusões, torna-se mais suportável habitar essa dimensão de purificação que é Terra. Mesmo assim um exercício hercúleo, pois nenhum lugar parece nos satisfazer. 

Ai mundo estranho, por que me trouxeste para sofrer desmedidamente sem motivos e, pior, sem cura?           

"A zueira não pode parar"

Nas redes sociais, pipocam protestos contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ). 

É que na semana passada, ao se referir à também parlamentar Maria do Rosário (PT-RS), Bolsa soltou mais uma de suas pérolas: "não te estupro porque você não merece".

Na próxima quarta (17), diversos movimentos sociais prometem protestar em Brasília. 

O objetivo é pedir a cabeça do Bolsa. Para isso, movimentos de classe argumentam a favor de quebra de decoro parlamentar e violação dos Direitos Humanos.

Essa não é primeira vez que o deputado profere impropérios contra minorias. Os gays já foram alvo de suas tiradas estapafúrdias. Evidente que é preciso frear a língua solta e serelepe do Bolsa. Mas também há, nisso tudo, um outo viés.

Por mais indignados - e com razão - que estejam os movimentos sociais, ele se esquecem de um fator determinante para a atuação do congressista. A política é o palco de ação proeminente do espetáculo midiático. 

Na era moderna, a política não existe sem a comunicação. Para entrar na mídia, é preciso adaptar o discurso à gramática dos meios. Fatos que rompem com a ordem natural das coisas, que perturbam o cotidiano, inesperados, bizarros - do francês fait divers - são um prato cheio para jornalistas.

Mais do que ninguém, Bolsa aprendeu muito rápido como se fazer em espetáculo para ganhar visibilidade. Apesar de negativa, ele encontra respaldo em uma grande parcela da sociedade, domesticada ainda ao modelo patriarcal que se divide entre a casa grande e senzala. 

Isso não é privilégio, na bancada congressista atual, do Bolsa. Tiririca ganhou as eleições como um personagem. O bordão "pior do que tá não fica" rendeu-lhe milhões de votos. Sintoma de uma sociedade desacreditada da política.

Intelectuais como Stuart Hall também já soltaram as suas. Considerado um dos principais pensadores dos Estudos Culturais Ingleses nas décadas de 1960 e 1970, referiu-se da seguinte forma ao movimento feminista:

"Não se sabe, de uma maneira geral. onde e como o feminismo arroubou a casa. (...) Como um ladrão no meio da noite, ele entrou, perturbou, fez um ruído inconveniente, tomou a vez".

Apesar do tom machista, o que Hall queria mesmo era marcar a posição de uma nova teoria, chamando a atenção para o fato de que a diferença sexual é um locus de poder dentro da sociedade.

Poder que Bolsonaro utiliza muito bem. Suas declarações compactuam com uma sociedade que ainda aceita a discriminação sexista. Ou melhor, com uma sociedade que faz do sexismo o termo para referendar práticas sociais discriminatórias.

Tais argumentos de Bolsa trazem para si os holofotes da mídias. Não que essa seja vilã, mas uma instância que depende do espetáculo para se manter viva. E nada mais circense do que um deputado, no púlpito, performar textos que, hipocritamente, nos envergonhamos de falar. 

Envergonhamos sim. Já que somos fruto de uma sociedade patriarcal que dissemina sua ideologia e reforça o poder estabelecido através de mãos invisíveis, como já asseverou Michel Foucault.

Não é demais reforçar, Bolsa é o legítimo representante da sociedade do espetáculo. Está no centro das atenções e e vai fazer de tudo para se mante nesse lugar. Como ele mesmo disse, "A zueira não pode parar".                 

sábado, 13 de dezembro de 2014

Zoomorfismo humano

Ao pé do ouvido de Fabiano, Baleia sussurrava um mundo fantástico. Perdizes caíam do céu e a vida não era seca. 

O matuto ouvia com atenção as histórias da sabida companheira.

Os contos de Baleia podiam até não ser de verdade, mas nutriam o resto de humanidade daquele amarelo. 

Ele bem sabia que o intuito da amiga era livrá-lo da dureza da vida.

Eu não era desses que acreditava no antropomorfismo do homem pelos cuidados dos animais. 

Sim. Antropomorfismo. Isso porque são os animais que nos humanizam.

Há nove meses, decidi que queria um cachorro. Não tinha a mínima ideia do que era ser tutor. Não sabia como alimentar, dar banho, passear, coçar a barriguinha. Mas estava decido.

Batizei minha shitzu de Capitu. Homenagem a uma das principais personagens da literatura brasileira.

Capitu chegou minúscula, indefesa. Confiava apenas em mim. Eu, desconfiado, pensava: "onde que eu estava com a cabeça?"

Aos poucos, ela já havia se instalado no meu quarto. As sessões de psicanálise, as dispensei. Se o problema era expressar os sentimentos, com olhar vigilante de Capitu, era impossível não dizer te amo.

Indago-me o poder que esses animaizinhos têm de nos seduzir. Magicamente, tornam-nos menos zoomórficos. Neles, reconheço a lealdade e a fidelidade que os seres humanos não carregam em sua plenitude.

Talvez, por isso, não seja nenhum exagero dizer que, na linha evolutiva, eles etão muito à frente daqueles se dizem homens.    

Todos são pessoas

E lá vem mais um texto com viadagem. Não. Um texto, apesar de masculino, não possui gênero. Aliás, um texto pode conter qualquer gênero. O que é diferente de orientação sexual.

Aos desavisados, não existe opção sexual. Não se escolhe ser gay. No máximo, pode-se optar pelo refúgio do armário. O limbo determinado pela moral e bons costumes, pelo superego. 

A princípio, ser gay é uma questão de orientação - prefiro condição - sexual. Isso significa que as pessoas são homens ou mulheres (gênero), mas sua atração pode ser pelo mesmo sexo ou pelo oposto (orientação).

É evidente que não se pode limitar o gênero apenas ao masculino e ao feminino. A fragmentação identitária criou elementos que extrapolam essa dualidade.

Um exemplo disso são os travestis. Apesar da máscara social que usam conotar o gênero feminino, são, por anatomia, masculinos. 

Diferente dos transex. Depois de operados, perdem o falo e ganham um novo gênero. Tornam-se mulheres semiplenas. Faltam-lhes, talvez, aquele que seja um dos principais atributos femininos: a concepção.

Apesar do comportamento afeminado ou masculinizado, gays são pessoas. São homens que gostam de homens e mulheres que gostam de mulheres. 

Simples assim, não fosse nossa formação judaico-cristã. A expansão do império romano e, consequentemente, do catolicismo, impôs regras ao comportamento sexual.

Na Grécia Antiga, os jovens eram inicializados na vida adulta por meio de relações sexuais com outros homens mais velhos. Roma puniu essa prática. Sexo apenas para fins reprodutivos. Qualquer desvio da norma era pecado. 

Acabou-se por disseminar e perpetuar essa visão de mundo. Criam-se eunucos de armários e surgem crimes por conta do orifício que se sente prazer.

Há sinais da política, do direito e até do Papa Pop de abertura sobre a aceitação do outro que difere de mim. Mas até isso se universalizar, será preciso que uma nova Grécia se institua no mundo pós-moderno.      

Orelha de burro, cabeça de ET

Há poucos dias, uma sema para ser mais exato, lá estava eu. Sentado na primeira carteira, defronte à fiscal de prova. Os minutos não passavam e a angústia só aumentava pela espera do caderno com as questões.

O que ia acontecer ali seria a torturante busca por um emprego efetivo. Fora a estabilidade, pouco me interessava todo aquele ritual. 

Caneta esferográfica preta ou azul de corpo transparente, lápis, borracha, algumas barras de cereal, uma garrafa d'água e alguns pertences lacrados em envelope próprio.  

Junto de mim, uns 30 candidatos também esperançosos de uma vaga no serviço público. Nervosismo coletivo por conta de 60 questões que poderiam decidir o futuro de cada um. Muitos realmente necessitados de aprovação.

Acontece, porém, que aquela reunião era só a ponta do iceberg. Meses antes, na tela do computador ou em apostilas impressas, começava a decoreba. LDO, LOA, LRF, PPA, PPI, PQP. Aquele monte de datas, valores e prazos para guardar dentro de uma cabeça cheia de outras coisas. 

"Não precisa decorar, basta entender", diziam alguns. Ora bolas, entender que o executivo tem até 31 de agosto de cada exercício para encaminhar a LOA ao legislativo. Isso não me soava bem. Mas respondia, altivo, "sim, eu entendi. Tranquilo".

Uma ova. No final, a batalha era mesmo a favor da decoreba. Cansado - exausto - daquilo tudo, sentia-me com "orelha de burro e cabeça de ET". 

O desfecho dessa aventura até que não foi dos piores. Poderia ter zerado, mas consegui me classificar. No entanto, a constatação é de que o sistema de concurso público não é o processo seletivo mais adequado para contratação de funcionários.

Além de cobrar conteúdos que são dispensáveis para a investidura no cargo, os candidatos são impossibilitados de mostrar suas reais habilidades para o emprego que pleiteiam. Meritocracia, nesse caso, é a mais pura burrocracia.

Não sei qual seria o melhor sistema avaliativo. A seleção é necessária. Mas do jeito que é feita, não funciona e - aprendi isso nos meus estudos - atenta contra a dignidade humana.        

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Guarda-chuvas e dislikes

A semana terminou cheia de burburinho no Facebook. O presidente da empresa, Mark Zuckerberg, declarou que não vai criar um botão "dislike" (não curti) tão cedo.

Imediatamente à declaração, o perfil de Zuck foi enxovalhado por memes de brasileiros. A maioria acusava o Face de cópia do falecido Orkut.

A proibição do "dislike" reflete o quão reféns estão os internautas. Sem ligarem muito para essa situação, acham-se produtores de conteúdo.

Mas a virtualização mostra que os emissores estão limitados àquilo que os desenvolvedores permitem. Há uma falsa sensação de poder naquilo que é moderado por sistemas robóticos.

Enquanto isso, chineses de Hong Kong protestaram contra a muralha do governo que os separa do mundo ocidental.

Desde 2009, moradores do país oriental não têm acesso universal à internet. O Facebook é um dos sites proibidos pelo governo de Leung Chun-ying.

A revolta dos guarda-chuvas (proteção contra o uso de gás pela polícia) demonstra a insatisfação dos chineses contra o regime autoritário. 

Entre o guarda-chuva e dislike, uma certeza e algo em comum: a democracia está longe de se concretizar. Somos cerceados por sistemas e governos. Programados previamente de fábrica.