quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Brasil, o país dos contrastes

O Ibge divulgou nesta quarta (17) o estudo Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2014. 

Apesar dos avanços no tempo de escolaridade da população mais pobre, o Brasil amarga ainda grandes contrastes sociais.

O intervalo analisado é entre 2004 e 2013. Segundo a pesquisa, pessoas com baixa renda e com mais de 25 anos de idade aumentaram o tempo de escolaridade. Passaram 3,7 para 5,4 anos.  

Nas universidades, também cresceu o número de estudantes com menor rendimento. Em 2004, eles representavam 1,4% dos alunos matriculados. Em 2013, esse número subiu para 7,2%. 

A porcentagem de estudantes entre 25 e 34 anos também aumentou. Passou de 8,1% para 15,2%. Mas o índice é o menor dos 34 países que fazem parte da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico.  

Outro dado negativo apontado pelo SIS é a desigualdade de gênero no mercado de trabalho. "Entre as mulheres ocupadas de 16 anos ou mais, 88% realizavam afazeres domésticos, enquanto, entre os homens, este percentual era de 46%", contabiliza a pesquisa.

Ao considerar o trabalho doméstico, o estudo revela ainda que as mulheres trabalham 56,4 horas por semana. A carga dos homens é de cerca de 50 horas. 

O SIS indica também que "mulheres, pretos e pardos, jovens e idosos" lideram a lista de trabalhadores na informalidade. Em 2013, 45% dos jovens entre 16 e 24 eram informais. Entre os idosos, o número chega a 69%. Pessoas de 16 anos ou mais de cor preta ou parda representam 48,7%. Entre os brancos, o número cai para 34,7%.

Esses índices refletem na contribuição da previdência social. Segundo o SIS, 33,6 milhões de brasileiros não têm carteira assinada. Pouco mais da metade dessa força de trabalho paga o INSS. 

A concentração de renda é outro gargalo no país. "Em 2013, as pessoas com os 10% menores rendimentos concentravam 1,2% da renda total, enquanto a parcela com maiores rendimentos ficou com 41,7%", afirma o SIS.  

A pequisa diagnostica ainda que "esses movimentos não foram suficientes para alterar substancialmente o quadro de desigualdades na distribuição de rendimentos".     

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