sábado, 13 de dezembro de 2014

Todos são pessoas

E lá vem mais um texto com viadagem. Não. Um texto, apesar de masculino, não possui gênero. Aliás, um texto pode conter qualquer gênero. O que é diferente de orientação sexual.

Aos desavisados, não existe opção sexual. Não se escolhe ser gay. No máximo, pode-se optar pelo refúgio do armário. O limbo determinado pela moral e bons costumes, pelo superego. 

A princípio, ser gay é uma questão de orientação - prefiro condição - sexual. Isso significa que as pessoas são homens ou mulheres (gênero), mas sua atração pode ser pelo mesmo sexo ou pelo oposto (orientação).

É evidente que não se pode limitar o gênero apenas ao masculino e ao feminino. A fragmentação identitária criou elementos que extrapolam essa dualidade.

Um exemplo disso são os travestis. Apesar da máscara social que usam conotar o gênero feminino, são, por anatomia, masculinos. 

Diferente dos transex. Depois de operados, perdem o falo e ganham um novo gênero. Tornam-se mulheres semiplenas. Faltam-lhes, talvez, aquele que seja um dos principais atributos femininos: a concepção.

Apesar do comportamento afeminado ou masculinizado, gays são pessoas. São homens que gostam de homens e mulheres que gostam de mulheres. 

Simples assim, não fosse nossa formação judaico-cristã. A expansão do império romano e, consequentemente, do catolicismo, impôs regras ao comportamento sexual.

Na Grécia Antiga, os jovens eram inicializados na vida adulta por meio de relações sexuais com outros homens mais velhos. Roma puniu essa prática. Sexo apenas para fins reprodutivos. Qualquer desvio da norma era pecado. 

Acabou-se por disseminar e perpetuar essa visão de mundo. Criam-se eunucos de armários e surgem crimes por conta do orifício que se sente prazer.

Há sinais da política, do direito e até do Papa Pop de abertura sobre a aceitação do outro que difere de mim. Mas até isso se universalizar, será preciso que uma nova Grécia se institua no mundo pós-moderno.      

Nenhum comentário:

Postar um comentário